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Fonte:
http://www.chargeonline.com.br
TEXTOS-BASE
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TEXTO 1:
Violência
urbana: será o caos?
O que temos observado nos últimos
tempos, e cada vez com maior intensidade, é o verdadeiro caos em que se
transformou nossa cidade: arrastões em vários pontos, estabelecimentos
comerciais fechando as portas, pânico nas ruas, furtos, assaltos à mão
armada...
Fui assaltada no último sábado e
pude vivenciar, por mim mesma, o sentimento de impotência da população diante
do descaso estatal com a questão da segurança pública. Se, de um lado, podemos
observar a falta de políticas públicas tendentes à melhoria da situação das
pessoas em condição de vulnerabilidade, o que gera uma imensa segregação
social, vislumbramos, sob outra ótica, um Governo que vem se negando a
estabelecer qualquer reação contra o caos urbanos que vem se instalando em
nossa cidade.
Se antes já vivíamos inseguros,
agora – com a instalação do quadro caótico ora observado – encontramo-nos
reféns de bandidos e baderneiros, amedrontados com a “guerra civil”, cujo
ensaio tem como palco as ruas.
Trata-se de questão complexa, que
não deve ser interpretada de forma isolada, sob pena de o julgamento restar,
além de injusto, inconsistente. De qualquer sorte, é fato notório que a
população está amedrontada, procurando trancafiar-se em suas casas, enquanto
bandidos e infratores andam soltos nas ruas. Ora, o governador tem o
poder-dever de exercer a administração e gerência dos serviços públicos
estatais, e – pelo que se vê – não está cumprindo com suas funções a contento.
Há, no caso concreto, uma completa inversão de valores! Dados comprovam que
deveríamos ter um efetivo de, no mínimo, 35 mil policiais militares quando, a
bem da verdade, nossa realidade não alcança sequer a metade dessa meta.
Finalizo transcrevendo trecho de
um comentário proferido nas redes sociais sobre o relato do assalto do qual fui
vítima: “Deus nos proteja, inclusive, dos maus gestores!”.
Roberta Quaranta
Defensora pública
TEXTO 2:
As causas
Se a violência é urbana, pode-se
concluir que uma de suas causas é o próprio espaço urbano? Os especialistas na
questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou
pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue
instalar-se mais facilmente. São os chamados espaços segregados, áreas urbanas
em que a infraestrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico,
sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer,
equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou
insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.
Esse e os demais fatores apontados
pelos especialistas não são exclusivos do Brasil, mas ocorrem em toda a América
Latina, em intensidades diferentes. Não é a pobreza que causa a violência. Se
assim fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, como
apresentam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em
áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria
completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está
abaixo da linha de pobreza começasse a cometer crimes.
O crescimento do tráfico de
drogas, por si só, é também fator relevante no aumento de crimes violentos. As
taxas de homicídio, por exemplo, são elevadas pelos “acertos de conta”,
chacinas e outras disputas entre traficantes rivais.
E, ainda, outro fator que infla o
número de homicídios no Brasil é a disseminação das armas de fogo,
principalmente das armas leves. Discussões banais, como brigas familiares, de
bar e de trânsito, terminam em assassinato porque há uma arma de fogo
envolvida.
Luís Antônio Francisco de Souza
Sociólogo
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