quinta-feira, 27 de agosto de 2015

EXPOSIÇÃO DE PONTOS DE VISTA: O DISCENTE ASSUME A PALAVRA


Fonte: http://www.chargeonline.com.br

TEXTOS-BASE

TEXTO 1:
Violência urbana: será o caos?

O que temos observado nos últimos tempos, e cada vez com maior intensidade, é o verdadeiro caos em que se transformou nossa cidade: arrastões em vários pontos, estabelecimentos comerciais fechando as portas, pânico nas ruas, furtos, assaltos à mão armada...
Fui assaltada no último sábado e pude vivenciar, por mim mesma, o sentimento de impotência da população diante do descaso estatal com a questão da segurança pública. Se, de um lado, podemos observar a falta de políticas públicas tendentes à melhoria da situação das pessoas em condição de vulnerabilidade, o que gera uma imensa segregação social, vislumbramos, sob outra ótica, um Governo que vem se negando a estabelecer qualquer reação contra o caos urbanos que vem se instalando em nossa cidade.
Se antes já vivíamos inseguros, agora – com a instalação do quadro caótico ora observado – encontramo-nos reféns de bandidos e baderneiros, amedrontados com a “guerra civil”, cujo ensaio tem como palco as ruas.
Trata-se de questão complexa, que não deve ser interpretada de forma isolada, sob pena de o julgamento restar, além de injusto, inconsistente. De qualquer sorte, é fato notório que a população está amedrontada, procurando trancafiar-se em suas casas, enquanto bandidos e infratores andam soltos nas ruas. Ora, o governador tem o poder-dever de exercer a administração e gerência dos serviços públicos estatais, e – pelo que se vê – não está cumprindo com suas funções a contento. Há, no caso concreto, uma completa inversão de valores! Dados comprovam que deveríamos ter um efetivo de, no mínimo, 35 mil policiais militares quando, a bem da verdade, nossa realidade não alcança sequer a metade dessa meta.
Finalizo transcrevendo trecho de um comentário proferido nas redes sociais sobre o relato do assalto do qual fui vítima: “Deus nos proteja, inclusive, dos maus gestores!”.
Roberta Quaranta
Defensora pública
TEXTO 2:
 As causas

Se a violência é urbana, pode-se concluir que uma de suas causas é o próprio espaço urbano? Os especialistas na questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente. São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em que a infraestrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.
Esse e os demais fatores apontados pelos especialistas não são exclusivos do Brasil, mas ocorrem em toda a América Latina, em intensidades diferentes. Não é a pobreza que causa a violência. Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, como apresentam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades. E o País estaria completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a cometer crimes.
O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator relevante no aumento de crimes violentos. As taxas de homicídio, por exemplo, são elevadas pelos “acertos de conta”, chacinas e outras disputas entre traficantes rivais.
E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil é a disseminação das armas de fogo, principalmente das armas leves. Discussões banais, como brigas familiares, de bar e de trânsito, terminam em assassinato porque há uma arma de fogo envolvida.

Luís Antônio Francisco de Souza
Sociólogo

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